Educomunicação na Amazônia: oficinas no Pará envolvem juventude quilombola

Reprodução: Divulgação/Programa Territórios Sustentáveis

Jovens de territórios remanescentes de quilombos dos municípios de Oriximiná, Faro e Terra Santa, no oeste do Pará, estão participando de oficinas em Educomunicação promovidas pelo Programa Territórios Sustentáveis (PTS). As atividades foram iniciadas em 2018, após a realização de um diagnóstico participativo e colaborativo. Desde então, o projeto já atendeu mais de 200 participantes, por meio de oficinas de roteiro jornalístico, produção e edição de vídeos, criação de páginas na internet e assessoria em mídias sociais.

Neste mês de abril, as oficinas terão como foco o marketing digital e os influenciadores digitais. O principal objetivo é democratizar o uso das ferramentas de comunicação, possibilitando o empoderamento e engajamento de jovens nas rotinas de organizações sociais. A ação é desenvolvida pela Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), com recursos da Mineração Rio do Norte (MRN) e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid).

Ao site do PTS, o presidente da Ecam, Vasco Van Roosmalen, afirma: “Eu acredito que a Educomunicação é realmente uma ferramenta de empoderamento para os povos e envolver os jovens neste diálogo é pensar no fortalecimento das associações, sindicatos, conselhos e classes representativas e potencializar novas lideranças”.

As cidades atendidas formam um território com mais de 12 milhões de hectares, onde vivem cerca de 88 mil pessoas. Além da população urbana, há também agricultores, comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e colonas. O Programa Territórios Sustentáveis visa atenuar as carências dessa região com desigualdade econômica crescente, a partir de um planejamento estratégico criado para 15 anos de intervenção com base em cinco eixos: Gestão Pública, Capital Social, Quilombola, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente.

Outra ação educomunicativa na região amazônica, desta vez na fronteira com o Cerrado, também foi noticiada no site da ABPEducom em março passado: o projeto “Jovens em Comunicação”, realizado com camponeses do extremo norte do Tocantins entre 15 e 32 anos.